Os irmãos Flávio dos Santos e Hélio dos Santos nasceram em São Bernardo do Campo - São Paulo, e já na infância se mostraram muito interessados pela música. Quem descobriu a vocação dos meninos foi a mãe deles, Irmã Ana Celeste, que sempre teve o costume de ouvir discos evangélicos enquanto cuidava dos afazeres em casa.
Num belo dia, ela percebeu que, enquanto brincavam no quintal, Flávio e Hélio cantarolavam com perfeição os hinos que tinham acabado de ouvir. No mesmo momento ela disse: “Que bonitinho! Continuem cantando!” E propôs: “Se vocês cantarem hoje à noite na igreja, amanhã a mamãe compra aquele carrinho que vocês querem”.
E foi assim, interessados por um brinquedo, que aos cinco e seis anos Flávio e Hélio superaram o primeiro obstáculo, a timidez, e cantaram juntos pela primeira vez numa pequena igreja evangélica do interior. Nascia ali uma das melhores duplas sertanejas evangélicas.
No começo, nenhum dos dois sabia fazer segunda voz. O pai dos meninos, Irmão Edmundo Francisco, sempre escalava um deles para acompanhar a avó nos ensaios do grupo de irmãs do círculo de oração. Enquanto o grupo cantava, Flávio prestava atenção na divisão de vozes. Foi aí que ele descobriu que poderia fazer uma voz diferente, “a segunda voz”.
Agora sim, primeira e segunda vozes bem afinadas, Flávio e Hélio – “a dupla mirim”, como eram conhecidos na região – estavam presentes em todos os cultos, nas pequenas congregações, nos pontos de pregações e nas praças públicas cantando e louvando ao Senhor com autoridade.
O tempo passou, chegou a adolescência e o segundo grande obstáculo a ser vencido: a voz do Hélio mudou, ficou grave. Ele ficou triste, quase deprimido, por que não conseguia alcançar os tons que a primeira voz exigia. Mas com propósito e determinação eles superaram juntos. Flávio ensinou ao Hélio a segunda voz e com alguns ensaios a dupla ficou ainda melhor. Cantando com playback de outras duplas, como Os canarinhos de Cristo e Os Peregrinos, eles davam continuidade ao ministério. Agora com uma agenda mais requisitada, atendiam a congressos e eventos maiores.
Nesta época, Flávio trabalhava de balconista em um supermercado e Hélio era marceneiro. Mas eles tinham um sonho em comum: gravar um disco e cantar suas próprias músicas.
Em 1995, já cansados de esperar que um empresário aparecesse e investisse na dupla, o que não aconteceu, os meninos então não pensaram duas vezes: juntaram algumas economias e gravaram o primeiro tape. Sem condições para fazer uma tiragem de discos, lançaram primeiro algumas fitas k7, e em seguida ofereceram o tape para uma pequena gravadora. Só então a dupla – que se chamava na época “Os Primogênitos” – conseguiu lançar o tão sonhado LP, intitulado “Sertanejo Especial”.
Passaram-se dois anos e o segundo disco não saía, quanta tristeza! Flávio e Hélio pensaram até em desistir de cantar, mas eles tinham a certeza de que não haviam sido chamados apenas para gravar um disco e sim para realizar algo muito maior. Na verdade, o melhor de Deus ainda estava por vir. E foi assim que a história começou a mudar.
Havia um estúdio chamado “Perfeison”, um dos maiores de São Paulo na época. Hélio conheceu o dono desse estúdio, o “Carlito”, que já acompanhava por acaso a história daquela dupla até então desconhecida. Foi através do “Carlito” que os meninos conheceram o maestro “Melk”, que acreditou no talento da dupla e mesmo sem gravadora começou a produzir por conta própria o CD que mudaria a história da música sertaneja evangélica no Brasil.
O CD “Gemido da Alma”, da dupla Irmãos Levitas, foi lançado em 1999, vendeu mais de 500 mil cópias e estourou alguns hits, como “Primeiro Olhar”, “Companheiro”, “Jesus é a Chuva” e “A Voz do Coração”, que ficou em primeiro lugar durante alguns meses na Rádio Melodia FM do Rio de Janeiro.
Daí em diante a dupla Irmãos Levitas se tornou consagrada no meio do povo evangélico, nos programas de televisão como Show da Fé, Gospel Line e nos grandes eventos, a exemplo de Clamor pela Paz, Celebrai e Marcha para Jesus. Em todas as igrejas, todos passaram a cantar os hinos da dupla.
O segundo CD, “O Caroneiro”, foi lançado em 2000, no Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora, em Camboriú – SC, e estourou com o hino “O Homem das Mãos Furadas”, que hoje faz parte da harpa cristã, o hinário das igrejas Assembléia de Deus.
Usando o nome Levita e Levitinha, Flávio e Hélio lançaram “Louva Viola”, um CD só com músicas raiz. Em 2001, os Irmãos Levitas investiram em um projeto ousado e fizeram o que ninguém havia feito: lançaram de uma só vez três CDs de estilos diferentes. O primeiro foi “Sapateando na brasa” (sertanejo tradicional). O segundo, “Romântico demais” (sertanejo pop). Foi o primeiro CD só com músicas românticas, algumas bem marcantes e polêmicas, como “Sem Essa de Ficar”, direcionada ao público adolescente. E por fim o terceiro CD, “Viola Ungida”, mais um só com músicas de raiz (moda de viola). Cada um dos três CDs ultrapassou a marca das 250 mil cópias.
Em 2003 foi lançado o CD “Deus do Cristão”, mais um disco de ouro. O CD “Nova unção” foi lançado em 2004 e marcou o inicio de uma nova fase de maturidade profissional, pessoal e espiritual para Flávio e Hélio. Mas foi também um momento de muitas dificuldades, por que eles foram proibidos de usar o nome Irmãos Levitas, já que a gravadora que os lançou no mercado tinha patenteado o nome da dupla.
No CD “Nova Unção” a dupla passou a se chamar Os Levitas e boa parte do público que os conhecia como Irmãos Levitas não conseguiu identificá-los através do novo nome. Mesmo assim, o CD “Nova Unção” foi disco de ouro e emplacou alguns sucessos como “O Segredo da Conquista”, “Cheiro da Vitória” e “Novo Convertido”, entre outros.
Em seguida veio o CD “Por Mil Milhas”. Aí a gravadora Top Gospel acreditou e investiu pesado na produção, com o melhor estúdio, os melhores músicos e um dos produtores mais renomados do mercado sertanejo, Reinaldo Barriga, ganhador do Grammy Latino em 2007. Quem nunca cantou ou pelo menos ouviu falar da música “Pára Zé, pára de beber”? Sem contar “Água Cristalina”, “Deuteronômio 28” e a regravação excepcional de “Maravilhoso”?, alguns sucessos do CD “Por Mil Milhas”. Foi também através do CD “Por Mil Milhas” que Os Levitas fizeram uma turnê de 24 dias pela Europa.
Em 2007, a dupla renovou o contrato com a gravadora Top Gospel e lançou “Puro Romantismo”, mais um CD só com músicas românticas, o primeiro produzido pela dupla com arranjos de Eraldo Taylor e Marcelo Victor. “Juntos para Sempre”, “Só Quero a Sônia”, “Seu Recado” e “Casei” são as mais pedidas deste CD.
Se você conhece o amor incondicional de Deus, se você reconhece e considera que o sofrimento, a dor, a humilhação, a morte e ressurreição do Filho Dele foram pra te salvar, então com certeza você também é um dentre aqueles que são “Apaixonados por Jesus”. Este é o título do novo CD da dupla Os Levitas, que traz onze canções, sendo sete de autoria do Hélio, três do Flávio e uma versão de autoria da dupla. A produção é de Reinaldo Barriga e Os Levitas.
Em 2008, a dupla Os Levitas continua dando frutos, criando, inovando, produzindo e influenciando pessoas no Reino de Deus.
Os Levitas
